O câncer de pulmão é um dos tipos de câncer mais incidentes e mais mortíferos no Brasil e no mundo. Essa doença é causada por um crescimento sem controle das células nas regiões pulmonares.
Ele está entre as principais causas de morte por neoplasias malignas. Porém, com a descoberta precoce e o tratamento adequado, as chances de sucesso aumentam significativamente.
Compreender os estágios do câncer de pulmão é essencial para saber quais são as opções de tratamento e o que esperar durante o processo.
Neste artigo, você vai entender em detalhes quais são os estágios (I a IV) da doença, os tratamentos mais indicados e como o apoio pode fazer diferença.
Continue a leitura e saiba mais.
Quais são os estágios do câncer de pulmão?
Os estágios do câncer de pulmão indicam até que ponto o tumor se espalhou pelo corpo. Essa classificação é feita após exames de imagem, biópsias e análise clínica, e vai do Estágio I ao IV.
Ela ajuda os médicos a definir a melhor estratégia terapêutica para se tratar a doença. De forma geral, o câncer de pulmão é classificado em dois grandes tipos:
Câncer de pulmão de células não pequenas (CPCNP) — cerca de 85% dos casos, possuindo uma evolução mais lenta, especialmente quando tratado precocemente;
Câncer de pulmão de pequenas células (CPPC) — tipo mais agressivo, que tende a se espalhar rapidamente.
A seguir, explicamos cada estágio com suas características e sintomas mais comuns.
Estágio I – Tumor localizado e maior chance de cura
No estágio I, o tumor está limitado ao pulmão e não se espalhou para os linfonodos (pequenas estruturas em forma de feijão que fazem parte do sistema imunológico e atuam como filtros).
Geralmente, os sintomas são leves ou inexistentes, o que dificulta o diagnóstico precoce.
| Categoria | Descrição |
|---|---|
| Extensão do tumor | Localizado apenas em um pulmão |
| Disseminação | Sem invasão de linfonodos |
| Principais sintomas | Tosse leve e persistente, cansaço, falta de ar discreta |
| Exames indicados | Tomografia, biópsia, PET-CT |
| Tratamentos possíveis | Cirurgia, radioterapia localizada, quimioterapia leve |
| Prognóstico | Alta chance de cura quando diagnosticado precocemente |
Estágio II – Tumor maior ou com invasão local
No estágio II, o tumor cresce e pode atingir estruturas próximas, como os linfonodos próximos ao pulmão, mas ainda sem metástase distante.
| Categoria | Descrição |
|---|---|
| Extensão do tumor | Tumor maior, atingindo estruturas próximas |
| Disseminação | Linfonodos regionais afetados |
| Principais sintomas | Tosse com sangue, dor no peito, falta de ar moderada |
| Exames indicados | Tomografia, PET-CT, biópsia, broncoscopia |
| Tratamentos possíveis | Cirurgia, quimioterapia adjuvante, radioterapia complementar |
| Prognóstico | Bom, com tratamento multidisciplinar precoce |
Estágio III – Disseminação regional
O estágio III indica que o câncer se espalhou para linfonodos distantes dentro do tórax ou invadiu estruturas próximas, como o mediastino.
| Categoria | Descrição |
|---|---|
| Extensão do tumor | Invasão de linfonodos do mesmo lado ou mediastinais |
| Disseminação | Regional, sem metástase em outros órgãos |
| Principais sintomas | Dor torácica, rouquidão, perda de peso, fadiga intensa |
| Exames indicados | PET-CT, ressonância, broncoscopia, mediastinoscopia |
| Tratamentos possíveis | Quimioterapia, radioterapia, imunoterapia (Opdivo, Keytruda), cirurgia em casos selecionados |
| Prognóstico | Controlável; depende da resposta ao tratamento combinado |
Estágio IV – Metástases
O câncer de pulmão em estágio IV é considerado a fase mais avançada, pois as células cancerígenas já se espalharam (metástases) para outros órgãos, como fígado, ossos ou cérebro.
| Categoria | Descrição |
|---|---|
| Extensão do tumor | Tumor com metástases a distância |
| Disseminação | Fígado, ossos, cérebro ou outras regiões |
| Principais sintomas | Dor intensa, tosse persistente, cansaço extremo, falta de ar, perda de apetite |
| Exames indicados | PET-CT, ressonância, exames de sangue e função hepática |
| Tratamentos possíveis | Quimioterapia combinada, imunoterapia (Opdivo, Keytruda), terapias-alvo, cuidados paliativos |
| Prognóstico | Variável; foco em qualidade e tempo de vida |
Estágio V – Fase terminal e cuidados paliativos
Embora a classificação médica pare no estágio IV, muitas vezes fala-se em “estágio V” para se referir à fase terminal do câncer de pulmão. Nesse momento, o foco é aliviar sintomas, controlar a dor e garantir conforto e dignidade ao paciente.
| Categoria | Descrição |
|---|---|
| Extensão do tumor | Doença amplamente disseminada |
| Disseminação | Múltiplos órgãos e tecidos |
| Principais sintomas | Dor intensa, dificuldade respiratória, perda de peso, fraqueza |
| Exames indicados | Avaliações clínicas e de conforto |
| Tratamentos possíveis | Cuidados paliativos, controle da dor, suporte emocional e espiritual |
| Prognóstico | Foco total na dignidade e qualidade de vida do paciente |
Quais são os tratamentos indicados para cada estágio da doença?
O tratamento do câncer de pulmão é definido conforme o estágio, tipo celular e condições de saúde do paciente. Veja abaixo os quatro tratamentos principais:
1. Cirurgia
Indicada principalmente para os estágios iniciais (I e II). Pode envolver:
-
Lobectomia: remoção de um lobo do pulmão;
-
Pneumonectomia: retirada completa do pulmão afetado;
-
Segmentectomia: remoção apenas da área comprometida.
2. Quimioterapia
Utiliza medicamentos para destruir as células cancerígenas, sendo administrados em sessões periódicas conforme orientação médica. É comum nos estágios II e III, e pode ser usada também no IV para controle da doença.
3. Radioterapia
Induz a destruição ou impedimento do crescimento das células malignas por meio de um procedimento indolor de radiação em sessões diárias rápidas. É aplicada isoladamente em estágios iniciais ou combinada à quimioterapia em estágios mais avançados.
4. Imunoterapia
Terapia moderna de medicamentos que estimulam o sistema imunológico a combater o câncer. Entre os tratamentos de maior destaque estão:
Ambos mostraram eficácia em prolongar a vida e melhorar a resposta imunológica em pacientes com câncer de pulmão avançado.
Por que é importante o apoio ao paciente e família no processo?
Receber o diagnóstico de câncer de pulmão é um momento que muda completamente a rotina e as emoções de quem recebe a notícia — e também de toda a família.
É normal sentir medo, insegurança e até desespero nos primeiros dias. Mas é importante lembrar: existem tratamentos eficazes, novas terapias e profissionais preparados para ajudar em cada etapa.
Não se desespere. O câncer de pulmão tem saída, e muitos pacientes conseguem viver bem com o tratamento adequado. A informação e o acolhimento são grandes aliados. Busque apoio médico, psicológico e familiar — você não está sozinho nessa caminhada.
Perguntas frequentes sobre os estágios do câncer de pulmão
Como o estágio do câncer de pulmão é determinado?
É definido por exames como tomografia, PET-CT e biópsia, que mostram o tamanho do tumor e se há metástase. O oncologista classifica o câncer entre os estágios I, II, III ou IV.
O estágio do câncer pode mudar com o tempo ou tratamento?
Sim. O câncer pode evoluir ou regredir conforme a resposta ao tratamento, por isso o acompanhamento médico e exames regulares são essenciais.
Quem define o tratamento mais adequado?
O tratamento é decidido por um especialista da área, podendo ser oncologista, cirurgião ou radioterapeuta, considerando o estágio e as condições do paciente.
Os medicamentos para câncer de pulmão estão disponíveis pelo SUS?
Alguns sim, principalmente quimioterápicos e certos imunoterápicos. No entanto, nem todos os medicamentos mais novos estão disponíveis na rede pública.
Como saber se um medicamento está disponível no SUS?
Verifique no site do Ministério da Saúde onde consta a lista atualizada dos medicamentos oferecidos, na área da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais.
O que fazer se o tratamento prescrito não está disponível no SUS?
O paciente pode solicitar administrativamente o medicamento à Secretaria de Saúde ou recorrer à Justiça, com laudos e prescrições médicas.
Os planos de saúde são obrigados a cobrir os medicamentos para câncer de pulmão?
Sim. Se o remédio tem registro na Anvisa e está indicado em bula, o plano deve fornecer. Negativas podem ser questionadas judicialmente.
Existe diferença no acesso entre o SUS e a rede privada?
Sim. A rede privada costuma ter acesso mais rápido a medicamentos novos, enquanto o SUS depende da incorporação oficial de cada tratamento.
Medicamentos de alto custo, como imunoterápicos e terapias-alvo, estão disponíveis no Brasil?
Sim, estão aprovados pela Anvisa, mas o acesso pode variar. Alguns estão no SUS e outros só via planos de saúde ou ação judicial.
Judicialização: o que fazer quando o plano de saúde ou SUS não cobrem o tratamento para câncer no pulmão?
Em muitos casos, medicamentos como Opdivo e Keytruda podem ter alto custo e não estão disponíveis pelo SUS ou planos de saúde.
Quando o médico prescreve o medicamento e há recusa de cobertura, o paciente pode buscar orientação de um advogado ou da Defensoria Pública para verificar outras possibilidades de garantir seu tratamento gratuitamente.
Conclusão
Entender os estágios do câncer de pulmão é o primeiro passo para lidar com o diagnóstico de forma consciente e informada.
Com o avanço da medicina, novas terapias — como a imunoterapia — têm aumentado significativamente as chances de controle da doença e melhorado a qualidade de vida.
Mais do que nunca, informação, acompanhamento médico e apoio emocional são pilares fundamentais nessa jornada.
E lembre-se: o diagnóstico precoce pode salvar vidas! Por isso, busque sempre a orientação médica ao notar quaisquer sintomas anormais em seu dia a dia.
Fontes:
INCA;
Saúde Abril;
Ministério da Saúde.
