O Leqvio (inclisiran) é um medicamento de última geração que vem chamando atenção para o tratamento da hipercolesterolemia (colesterol alto).
Diferente dos remédios tradicionais, ele utiliza uma tecnologia moderna chamada RNA de interferência. Isso significa que sua ação começa no código genético que orienta as células a produzirem determinadas proteínas.
Esse novo mecanismo faz com que o Leqvio seja considerado um marco no controle do colesterol, pois representa uma forma totalmente diferente de abordar o problema.
Outro ponto importante é que os estudos clínicos mostraram resultados consistentes na redução do colesterol LDL, conhecido como “colesterol ruim”.
Com isso, o Leqvio vem sendo visto como uma ferramenta promissora para reforçar a prevenção de doenças cardiovasculares, oferecendo uma alternativa mais moderna e eficiente aos métodos já disponíveis.
Como o Leqvio atua no organismo?
O Leqvio funciona ajudando o fígado a eliminar o colesterol ruim, conhecido como colesterol LDL, da corrente sanguínea.
Normalmente, o nosso corpo produz uma proteína chamada PCSK9, que atrapalha esse processo de limpeza porque reduz a quantidade de receptores que capturam o colesterol no fígado.
Quando há muita PCSK9, sobra mais colesterol circulando no sangue, o que aumenta o risco de entupimento das artérias e, consequentemente, de doenças cardiovasculares.
O que o Leqvio faz é “silenciar” a produção dessa proteína em excesso. Com menos PCSK9, os receptores do fígado conseguem trabalhar por mais tempo e remover mais partículas de colesterol LDL do sangue.
Indicações do Leqvio
O Leqvio é voltado para pessoas que precisam de um controle mais eficaz do colesterol. Por isso, ele é indicado para:
Pacientes adultos com hipercolesterolemia primária (familiar ou não familiar).
Indivíduos com dislipidemia mista.
Casos em que o tratamento com estatinas e dieta não são suficientes.
Pessoas com doença cardiovascular aterosclerótica que precisam de controle rigoroso do colesterol.
Importante: O Leqvio deve ser usado em conjunto com dieta apropriada e, quando necessário, com outros hipolipemiantes.
Contraindicações e precauções
O Leqvio é contraindicado em casos de:
Hipersensibilidade à inclisirana ou a qualquer componente da fórmula.
Uso em gestantes ou lactantes sem orientação médica.
Antes de iniciar o tratamento, o paciente deve passar por uma avaliação clínica completa.
Como é feita a aplicação do Leqvio?
O Leqvio é administrado por meio de injeção subcutânea, ou seja, aplicada logo abaixo da pele, de forma semelhante a vacinas ou a medicamentos usados para diabetes.
O esquema de aplicação é simples: a primeira dose é feita no início do tratamento, a segunda 3 meses depois e, a partir daí, apenas duas aplicações por ano, de 6 em 6 meses.
Apesar de ser uma injeção relativamente simples, a recomendação é que a aplicação seja feita por um profissional de saúde treinado, para garantir segurança e acompanhamento de qualquer reação.
Quais são os efeitos colaterais do Leqvio?
Embora geralmente bem tolerado, o Leqvio pode causar alguns efeitos adversos, como:
Efeitos comuns:
Reações no local da injeção (dor, vermelhidão, inchaço);
Dor muscular;
Dor nas costas.
Efeitos menos comuns:
Sintomas semelhantes aos da gripe;
Cansaço;
Náuseas.
Recomenda-se informar ao médico qualquer reação inesperada após o uso do medicamento.
Leqvio é melhor que estatinas?
As estatinas são os medicamentos mais usados no mundo para reduzir o colesterol. Elas atuam diminuindo a produção de colesterol no fígado e, por isso, ajudam a baixar os níveis de colesterol LDL (“colesterol ruim”) no sangue.
São normalmente a primeira escolha dos médicos porque já têm muitos anos de uso, eficácia comprovada e costumam ser bem toleradas pela maioria das pessoas.
No entanto, o Leqvio se destaca por:
Ter um mecanismo de ação diferente, agindo diretamente no RNA do fígado.
Reduzir o colesterol LDL de forma complementar às estatinas.
Oferecer maior comodidade e facilidade com aplicação semestral.
Ser eficaz mesmo em pacientes que não toleram altas doses de estatinas.
Em muitos casos, Leqvio é utilizado como terapia adicional e não como substituto. Portanto, não se trata de decidir qual é “melhor”, mas sim de entender que estatinas e Leqvio podem se complementar.
Leqvio está disponível no Brasil?
Sim. O Leqvio já foi aprovado pela ANVISA e já está disponível no mercado brasileiro, sob prescrição médica.
O medicamento pode ser encontrado em farmácias de medicamentos de alto custo ou em clínicas especializadas
Leqvio é fornecido pelo SUS?
Até o momento, o Leqvio ainda não é incorporado ao SUS, mas pacientes podem tentar obtê-lo via ações judiciais (judicialização) com base em laudos médicos e comprovação de necessidade clínica.
Conclusão
O Leqvio representa uma evolução significativa no campo da cardiologia e no tratamento do colesterol LDL.
Com sua ação inovadora e regime de aplicação prático, ele oferece mais controle e qualidade de vida para pacientes com risco cardiovascular elevado.
Se você tem colesterol alto e dificuldade para controlar com estatinas, converse com seu médico sobre a possibilidade de incluir o Leqvio em seu tratamento.
Fontes:
Novartis Brasil;
Anvisa;
FDA;
Sociedade Brasileira de Cardiologia.