O linfoma de células do manto (LCM) é um tipo raro de linfoma não Hodgkin, responsável por aproximadamente 5 a 7% de todos os casos desse grupo de cânceres. Ele surge a partir de um tipo específico de linfócitos B que se desenvolvem na chamada “zona do manto” dos gânglios linfáticos.
Esse linfoma costuma afetar mais homens acima dos 60 anos e, em muitos casos, já é diagnosticado em estágio avançado, pois pode se espalhar para a medula óssea, baço, fígado e, em alguns pacientes, até para o trato gastrointestinal.
Apesar de ser considerado um linfoma de crescimento agressivo, novos avanços no tratamento têm aumentado as taxas de resposta e a sobrevida dos pacientes.
Principais sintomas do linfoma de células do manto
Nos estágios iniciais, o linfoma pode não causar sintomas evidentes. Porém, conforme progride, os sinais mais comuns incluem:
Aumento dos gânglios linfáticos, perceptível no pescoço, axilas ou virilha
Febre persistente sem causa aparente
Suores noturnos intensos
Perda de peso não intencional
Fadiga e fraqueza constantes
Desconforto ou dor abdominal, devido ao aumento do baço ou do fígado
Alterações intestinais, caso haja acometimento do trato gastrointestinal
Por serem sintomas semelhantes a outras doenças, somente exames específicos podem confirmar o diagnóstico.
Como é feito o diagnóstico
O diagnóstico do linfoma de células do manto envolve uma combinação de exames clínicos, laboratoriais e de imagem. Entre os principais estão a biópsia do linfonodo (considerada o exame definitivo que permite identificar as células malignas ao microscópio), a imunohistoquímica e a imunofenotipagem (técnicas que confirmam as características específicas das células do manto), exames de sangue e medula óssea (avaliam se a doença já se espalhou) e a tomografia computadorizada (TC) e PET-CT (ajudam a determinar a extensão do linfoma no corpo)
Esse conjunto de exames permite ao médico classificar a doença e planejar a melhor estratégia terapêutica.
Estadiamento do linfoma de células do manto
Assim como outros linfomas, o LCM é classificado em estágios de I a IV, de acordo com a extensão da doença:
Estágio I: comprometimento localizado de apenas uma região de linfonodo.
Estágio II: envolvimento de dois ou mais grupos de linfonodos do mesmo lado do diafragma.
Estágio III: linfonodos afetados em ambos os lados do diafragma.
Estágio IV: doença disseminada, podendo atingir medula óssea, fígado e outros órgãos.
A maioria dos pacientes já recebe o diagnóstico em estágios III ou IV.
Tratamento do linfoma de células do manto
O tratamento do LCM tem se tornado cada vez mais eficaz, graças a novos medicamentos e terapias direcionadas. A escolha depende da idade, estado geral de saúde e extensão da doença.
1. Quimioterapia combinada
Esquemas que combinam diferentes drogas são frequentemente utilizados, muitas vezes associados a anticorpos monoclonais como o rituximabe.
2. Terapias alvo
Medicamentos que bloqueiam mecanismos específicos das células cancerígenas têm mostrado excelentes resultados. Confira mais sobre os medicamentos no tópico mais abaixo.
3. Imunoterapia
Uso de anticorpos monoclonais, como o rituximabe, que “marcam” as células doentes para que o sistema imunológico consiga destruí-las.
4. Transplante de células-tronco
Em pacientes mais jovens e com boa condição clínica, o transplante autólogo de medula óssea pode ser indicado após resposta inicial à quimioterapia, visando prolongar a remissão.
5. Novas terapias
Ensaios clínicos vêm testando alternativas como CAR-T cell therapy, que modifica células do sistema imunológico do próprio paciente para atacar o linfoma.
Medicamentos no tratamento do linfoma de células do manto
Assim como em outras neoplasias hematológicas, os medicamentos desempenham papel essencial no controle do LCM. Alguns dos mais prescritos incluem:
Rituximabe (anticorpo monoclonal)
Ibrutinibe e acalabrutinibe (inibidores de BTK)
Bendamustina (quimioterápico)
Lenalidomida (imunomodulador)
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Cuidados de suporte e qualidade de vida
O tratamento do linfoma de células do manto pode trazer efeitos colaterais que afetam a rotina do paciente, por isso os cuidados de suporte são fundamentais.
Manter uma alimentação nutritiva, praticar atividades físicas leves conforme orientação médica e garantir uma boa hidratação são medidas que ajudam a fortalecer o organismo. O acompanhamento psicológico também é essencial, já que o impacto emocional do diagnóstico pode ser significativo.
Além disso, manter as vacinas atualizadas e seguir de forma rigorosa as orientações médicas contribui para uma melhor resposta ao tratamento e mais qualidade de vida.
Prognóstico
O prognóstico do linfoma de células do manto varia de acordo com fatores como estágio no momento do diagnóstico, idade e resposta ao tratamento. Apesar de ser considerado um linfoma agressivo, os avanços em terapias alvo e imunoterapia têm proporcionado maior sobrevida e controle da doença em longo prazo.
Conclusão
O linfoma de células do manto é uma doença rara, mas que exige atenção devido ao seu caráter agressivo e evolução rápida. O diagnóstico precoce, aliado às novas opções de tratamento, tem permitido resultados mais promissores e maior qualidade de vida para os pacientes.
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