Mão robótica se conectando com mão humana em um fundo azul

Quando o SUS terá Assistentes Virtuais de Saúde?

Com os avanços acelerados da Inteligência Artificial (IA), surge uma nova promessa para transformar a saúde pública: os Assistentes Virtuais de Saúde (VHAs). Esses agentes inteligentes, personalizados e operando 24 horas por dia, já são realidade em países como China, Reino Unido e Emirados Árabes, e agora entram no radar do Sistema Único de Saúde (SUS). Mas afinal, quando o Brasil terá seu próprio “Juliette”, um assistente digital de IA para cada cidadão?

O que são os Virtual Health Assistants (VHAs)?

Os VHAs (sigla em inglês para Virtual Health Assistants) são agentes virtuais autônomos baseados em IA, desenvolvidos para acompanhar e auxiliar os pacientes em tempo real. Eles podem agendar consultas, realizar triagens automatizadas, monitorar sinais vitais com sensores conectados, emitir alertas de saúde, oferecer suporte psicológico e até chamar uma ambulância — tudo isso sem necessidade de intervenção humana direta.

Segundo o paper “A Glimpse at Acute Care in 2050”, publicado pelo Medscape, a presença de uma assistente virtual chamada Juliette ilustra o cotidiano de um atendimento domiciliar completo, que combina sensores biomédicos, inteligência preditiva e atendimento remoto, tudo em tempo real e com apoio humano apenas quando necessário. Embora ambientado em 2050, o artigo afirma que essa tecnologia deve estar disponível muito antes — entre 2028 e 2030.

Como outros países já estão aplicando os Assistentes Virtuais

Espanha: IA pública com o modelo “Alia”

Em janeiro de 2025, o governo da Espanha anunciou o lançamento do Alia, uma plataforma pública de IA em saúde. O sistema, desenvolvido pelo Centro Nacional de Supercomputação de Barcelona, será utilizado para agilizar atendimentos, melhorar diagnósticos e reduzir filas. A primeira aplicação pública do modelo, chamada Cardiomentor, já está em fase de testes.

Reino Unido: Um assistente de navegação para cada cidadão

A iniciativa britânica é ainda mais ambiciosa. Em 2024, o NHS (National Health Service) encomendou ao Tony Blair Institute um relatório detalhado sobre o uso de IA no atendimento primário. O resultado foi a recomendação de um AI Navigation Assistant, capaz de analisar registros médicos, avaliar sintomas, oferecer orientações de saúde personalizadas e priorizar atendimentos com base em risco. O objetivo é claro: usar IA para tornar o sistema público mais eficiente e sustentável.

China: Consultas guiadas com o “Anzhener”

A província chinesa de Zhejiang, com mais de 60 milhões de habitantes, lançou o Anzhener, assistente digital de saúde criado em parceria entre o governo e a Alipay. Ele acompanha o cidadão desde a saída de casa até a conclusão do atendimento em hospitais, traduz diagnósticos médicos para linguagem acessível e ainda armazena dados sobre hábitos de vida, como alimentação e prática de exercícios.

E no Brasil? Em que pé está o SUS?

O Brasil ainda está em estágio inicial nesse processo, mas o Ministério da Saúde já sinalizou interesse na adoção de assistentes virtuais em saúde. Em 2024, nove projetos de pesquisa foram selecionados para desenvolver protótipos de IA para o SUS, com financiamento de instituições como a Fiocruz, CNPq e Fundação Gates.

Esses projetos estão focados em:

  • Acompanhamento pós-alta hospitalar, prevenindo complicações e reinternações com check-ins automatizados;

  • Monitoramento de doenças crônicas, auxiliando os profissionais de saúde e promovendo hábitos saudáveis;

  • Interação entre agentes comunitários de saúde e pacientes, com sugestões personalizadas baseadas em dados e IA.

Apesar de promissores, os investimentos ainda são tímidos: R$ 3,4 milhões, valor considerado baixo frente ao potencial de impacto nacional.

Por que o Brasil precisa acelerar?

A demanda crescente por serviços de saúde e a escassez de profissionais tornam urgente a adoção de tecnologias que automatizem tarefas repetitivas, melhorem o acesso e aumentem a precisão dos diagnósticos. Segundo relatório da Stanford University (2025), a IA já é uma ferramenta essencial na medicina moderna — e sua aplicação não será restrita a especialistas: “A pessoa comum interagirá diretamente com IA em suas atividades cotidianas”.

Além disso, estudos como o publicado pela NHS Confederation mostram que cada 1 real investido em atenção primária pode gerar até 14 reais em retorno econômico — e os Assistentes Virtuais estão diretamente ligados a esse nível de cuidado.

Como será um Assistente Virtual do SUS?

Embora ainda em desenvolvimento, o Assistente Virtual do SUS deverá ter funcionalidades como:

  • Identificação do paciente por voz ou aplicativo;

  • Consulta automática aos registros médicos;

  • Triagem e análise de sintomas com base em PNL (Processamento de Linguagem Natural);

  • Agendamento de exames e consultas conforme disponibilidade local;

  • Suporte emocional em tempo real;

  • Lembretes de medicação e controle de hábitos;

  • Encaminhamento de casos críticos a médicos humanos;

  • Atualização contínua dos dados no prontuário eletrônico.

Tudo isso em plataformas acessíveis via celular, com design intuitivo e uso gratuito.

O que esperar para os próximos anos?

Se os testes em andamento forem bem-sucedidos, é provável que Assistentes Virtuais no SUS comecem a surgir a partir de 2026 ou 2027, em fases-piloto regionais. A expectativa é que em menos de uma década cada cidadão brasileiro tenha acesso a um “agente pessoal de saúde”, oferecendo suporte constante e ajudando a desafogar o sistema tradicional.

O debate sobre o tema será ampliado no evento Future Digital Health (FDHIC 2025), que acontece na Feira Hospitalar, com a presença de autoridades e especialistas em inovação médica. Entre os temas do painel está a criação de um Assistente de IA Público para suporte à população em geral.

Conclusão

A adoção de Assistentes Virtuais de Saúde no SUS não é mais uma hipótese futurista, mas uma possibilidade concreta para os próximos anos. Os exemplos internacionais mostram que os benefícios vão desde a otimização de atendimentos até a melhoria na qualidade de vida dos pacientes. O Brasil tem talento técnico, instituições respeitadas e capital humano suficiente para liderar essa transformação — desde que haja vontade política e investimentos sustentáveis.

O futuro da saúde é digital, preditivo e personalizado. E esse futuro começa agora.

Fontes:
Fúturo da Saúde

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